quarta-feira, 5 de agosto de 2009



I've been a puppet, a pauper, a pirate,
A poet, a pawn and a king.


Faltava bem pouco para chegar em casa, talvez mais um ou dois pontos quando ela entrou. Carregava umas três sacolas enormes de maneira desengonçada, mas ainda assim graciosa. Sim, eu sei que isso não faz muito sentido, mas tenho uma tendencia a me apaixonar pela beleza natural das coisas e pelas coisas naturalmente belas. Ela não tinha nada de especial, não estava muito bem vestida, não tinha explendor algum em seus movimentos, mas não havia nada de artificial na beleza dela. Assim como o oposto, isso me encanta.
Ela parou de pé perto de mim e, quando eu estava prestes a me oferecer para segurar uma de suas sacolas, o homem ao meu lado se levantou para descer do ônibus. Ela sentou aliviada naquele lugar e pude ouví-la suspirar: "Que sorte. Não acreditava que ia a pé até lá." Um pequeno sorriso infantil em seu rosto. Como qualquer criança esperta, ela não precisava de muito para sorrir. Disfarcei e sorri junto com ela. Pensei em esperar mais um tempo no onibus, saber onde ela iria descer, oferecer ajuda com as sacolas, mas já não sou mais uma criança esperta. Desci e voltei a me preocupar com tudo aquilo que preocupa os adultos. Sorte a minha que minha alma ainda é uma criança e consigo não me frustrar com isso. Consigo apreciar as coisas.
Neste momento Frank sussurra em meus ouvidos, tenho um milhão de coisas à fazer, mas... por hora... só quero ficar aqui e sorrir.

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